Eleição no Atlético de Alagoinhas termina na delegacia e deve ser judicializada; Albino Leite é reeleito

Foto: Divulgação / AAC

A eleição para a presidência do Atlético de Alagoinhas, atual bicampeão baiano, realizada nesta sexta-feira (14), terminou na delegacia. De acordo com informações divulgadas pelo próprio clube, integrantes das duas chapas que se candidataram ao pleito foram “às vias de fato” na sede do Carcará.

Os envolvidos foram o candidato à reeleição pela chapa Renovação, Albino Leite, e o candidato à vice-presidência de oposição pela chapa Atlético Acima de Tudo, George Caboré. Albino acabou eleito por aclamação, pois a outra candidatura foi impugnada pela Comissão Eleitoral. George Carmo, cabeça de chapa da oposição, promete judicializar o pleito.

Ambos registraram Boletim de Ocorrência na Delegacia Territorial de Alagoinhas, e se acusam mutuamente de terem iniciado a briga. A Polícia Militar teve de ir até a sede do clube para intervir.

Um vídeo gravado pelo fiscal da chapa Atlético Acima de Tudo, Clécio Oliveira, mostra o início da confusão. Na ocasião, o presidente do Conselho Deliberativo entregava um ofício ao atual mandatário atleticano, quando este o interpelou. “Não pode filmar aqui”, disse.

Logo na sequência, há uma discussão entre os dois e o celular é derrubado no chão. O vídeo se encerra com o som da suposta briga.

“Eu, como fiscal da outra chapa, filmei a ação. Ele não gostou, agrediu a mim e ao vice-presidente da chapa, senhor George Caboré, com chutes, socos, pegando o celular que estava em minha mão, jogando no chão e quebrando. Não conseguimos entender esse grande desespero por um ato que é público”, relatou Clécio, em vídeo gravado em frente à delegacia.

Mais tarde, também em vídeo, Albino se defendeu. “Ninguém viu a verdade. Quem me agrediu foi o senhor Caboré, me dando um chute. É naquele momento que o celular cai. Queriam fazer da sede uma algazarra. Esqueceram que ali tem um presidente que eles têm de respeitar. Um presidente bicampeão baiano. Eles não querem respeitar uma decisão que não é minha, é de uma Comissão transparente, que também foi agredida. Por isso fui na delegacia”.

Veja as versões de ambos:

O Bahia Notícias tentou contato com a PM-BA por mais de uma vez, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

ENTENDA O CASO

A confusão em relação à eleição presidencial no Atlético de Alagoinhas é antiga. Inicialmente, Albino Leite não concorreria à reeleição, e apoiaria Washington Barreto.

Contudo, a Comissão Eleitoral, presidida por Emílio Alves de Souza, indicado por Albino, e formada também por José Aparecido de Santana e Rodrigo de Moura Lima, impugnou a candidatura de Washington.

A justificativa, colocada em ofício, foi de que ele “não atende ao critério exigido pelo Estatuto do AAC de 12 (doze) meses de vínculo” como sócio. Ele teria começado a fazer parte do quadro em janeiro de 2022.

Logo na sequência, com o prazo de 24 horas determinado pela Comissão para sanar possíveis problemas, a chapa Renovação apresentou a candidatura de Albino Leite.

“Ocorre que a chapa deu-se por citada e apresentou competente recurso, e nesta oportunidade apresentou todas as certidões determinadas no Regulamento eleitoral”, diz o ofício, aceitando a mudança.

Neste mesmo documento, a Comissão Eleitoral impugnou inicialmente a candidatura da chapa Atlético Acima de Tudo por conta de problemas nas seguintes exigências: documentos sem reconhecer firma dos anexos; indicação do candidato a vice-presidente como fiscal; falta da certidão do cartório de título e protesto do candidato a presidente; falta da certidão do cartório de título e protesto do candidato a vice presidente; falta da certidão do SPC e Serasa do candidato a presidente; e falta da certidão do SPC e Serasa do candidato a vice-presidente.

A chapa apresentou recurso no tempo determinado, mas com um problema, segundo a Comissão. Eles apresentaram “um documento emitido pelo SCPC – BOA VISTA SERVICOS S.A., portadora do CNPJ de nº 11.725.176/0001-27, em atividade desde o ano de 2010” de seus candidatos, e não do SPC ou Serasa, conforme determinado.

“Trata-se de três instituições diferentes, todas elas estão ligadas às atividades de monitoramento de crédito e têm os dados de negativados do país, mas funcionam de maneira independente. Isso quer dizer que hoje você pode estar negativado em uma das empresas e estar limpo em outra”, justifica o ofício, impugnando de vez a candidatura.

Candidato à presidência pela Atlético Acima de Tudo, George Carmo alega que todo o processo foi feito de forma irregular, e que a Comissão Eleitoral agiu de forma parcial. De acordo com Carmo, Albino teria colocado na lista de sócios aptos a votar “pessoas que já morreram”.

“Tinham 14 pessoas lá. Falaram: levanta a mão quem quer votar em Albino. 12 levantaram e duas preferiram não levantar”, apontou o candidato de oposição, acrescentando que o pleito deveria durar até às 18h, e terminou pela manhã. Tendo tudo isso em vista, ele promete judicializar a questão.

Albino, por sua vez, alega que “as pessoas não foram porque não quiseram”. “Foram convocadas, tem publicidade, divulgação, tudo conforme a Comissão determinou”.

A Federação Bahiana de Futebol (FBF) afirmou, por meio de assessoria, que “não vamos nos pronunciar sobre assuntos internos do clube”.

Fonte: BN

Next Post

"Estamos colocando à venda a memória da Bahia", diz antropólogo sobre leilão da sede do Arquivo Público

Sáb Out 15 , 2022
Após suspensão, a venda do imóvel que abriga mais de 40 milhões de documentos foi remarcada para a próxima segunda-feira (17) O antropólogo e professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Ordep Serra classificou o leilão do prédio que abriga o Arquivo Público do Estado da Bahia (Apeb) como “um dos momentos mais tristes da nossa […]

Postagens