Alagoinhas lembrou os 160 anos da chegada do trem na cidade

Chegada da ferrovia é um dos marcos do desenvolvimento da cidade

Foto: Arquivo Gazeta

A cidade de Alagoinhas ainda engatinhava em seu marco zero quando, em 13 de fevereiro de 1863, era feita a primeira viagem de trem entre Salvador (Estação Calçada) e Alagoinhas. Era a primeira linha de trem do interior do Estado e que mais tarde ligaria Salvador, Alagoinhas e Juazeiro, criando um novo marco de desenvolvimento no município, conta a professora Iraci Gama Santa Luzia, secretária de Cultura, Esporte e Turismo.

A primeira estação de trem de passageiros da cidade é onde hoje funciona a Estação de Transbordo de Vans, e que ficou abandonada por muitos anos, sendo restaurada em 2015 pela administração local.

A quinta ferroviária do Brasil já foi uma dos mais importantes trechos de transporte de passageiros e de carga, sendo considerado o maior entroncamento ferroviário do Brasil. O trem de passageiros foi desativado em abril de 1986, quando fez a última viagem para Salvador. O trem de carga ainda persiste, mas em menor escala do que fora no passado.

Segundo conta a professora Iraci Gama, a cidade cresceu no entorno da primeira estação ferroviária, criando um novo marco de desenvolvimento econômico. A Rua da Câmara, hoje Rua Anísio Cardoso, é um dos novos marcos desse desenvolvimento.

Em vídeo postado em alusão aos 160 anos da primeira viagem de trem entre Salvador e Alagoinhas, a professora Iraci Gama ainda fala de sua esperança em ver o trem de novo nos trilhos.

Porém, de Salvador para cá, o que se vê é destruição, abandono e invasão. Depois da Estação da Calçada, uma das mais bonitas do Brasil, passando por Mapele, em Simões Filho –estação invadida por populares sem teto-, passando por Camaçari, Dias Dávila, Mata de São João, Pojuca, Catu e, por fim, Alagoinhas, não existe uma estação em funcionamento, com a finalidade ferroviária.

O golpe mais recente foi a desativação do sistema de transporte de passageiros do Subúrbio de Salvador, com a promessa de construir um sistema mais moderno, o VLO-Veículo Leve sobre Trilhos. Ainda está em processo de implantação e sem previsão de conclusão. E é lá, na estação da Calçada, que está o busto de Lauro Farani de Freitas, um dos engenheiros que mais incentivaram a expansão da ferrovia na Bahia.

Lauro de Freitas morreu aos 50 anos de acidente aéreo, 22 dias antes da eleição que poderia colocá-lo como governador da Bahia. Alagoinhense nascido em 1901, Lauro de Freitas foi peça importante na engrenagem ferroviária brasileira. Sai popularidade à época era vista a olhos nus.

Em 1962, o nome de Lauro de Freitas foi dado à cidade que era distrito de Salvador. Existe um projeto de voltar o nome original da cidade, Vila de Ipitanga, mas precisa passar pela Assembleia Legislativa da Bahia.

Em Alagoinhas, a Estação São Francisco, abandonada desde que a ferrovia foi privatizada e sob a alegação da FCA_Ferrovia Centro Atlântica, hoje VLI, de que o espólio patrimonial não é de sua responsabilidade, está caindo aos pedaços. A abóbada, um dos lugares mais pomposos da estação, desabou há alguns anos, gerando comoção aos mais saudosistas, mas também revolta pelo quadro deixado pelo governo e pela negação da empresa que adquiriu o patrimônio.

Nos 30 últimos anos, IPAC e IPHAN visitaram o local por dezenas de vezes, mas nenhum projeto de restauração saiu do papel. Ainda é grande a expectativa da recuperação das estações, restabelecimento das linhas de trens entre Salvador/Alagoinhas, Alagoinhas/Juazeiro, criando não apenas um novo velho meio de transporte, mas também um benefício para o turismo. Alagoinhas é um marco importante na ferrovia brasileira, que infelizmente caiu no esquecimento.

Fonte: Gazetas dos Municípios

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