Belo é preso por show em escola pública do Rio durante a pandemia

Belo foi indiciado pelos crimes de epidemia, esbulho possessório e organização criminosa

Foto: Reprodução

A Delegacia de Combate às Drogas da Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu nesta quarta-feira (17) o cantor Belo, Marcelo Pires Vieira, durante a Operação “É o que eu mereço”, que cumpriu mandados de prisão preventiva e mandados de busca e apreensão contra os responsáveis por promover a invasão de uma escola pública estadual para realizar um show em plena pandemia, que reuniu grande público na comunidade Parque União, no Complexo da Maré, na última sexta-feira (12).

Célio Caetano e Joaquim Henrique Marques Oliveira, sócios da produtora de eventos que organizou o show, também foram presos.

Ao chegar à delegacia, Belo afirmou à imprensa que precisa “saber o que está acontecendo enquanto achar que cantar e fazer musica é crime”. No caso, Belo foi indiciado pelos crimes de epidemia, esbulho possessório e organização criminosa. Somente pelo crime de descrito no artigo 267 do Código Penal, “causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos”, a pena pode ser de 10 anos a 15 anos de reclusão.

O evento musical, no Ciep 326 – Professor César Pernetta, iniciou na noite de sexta de Carnaval e durou até a manhã do sábado Zé Pereira (13). O show aconteceu na unidade de ensino da rede estadual, sem autorização da Secretaria de Estado de Educação (Seeduc), onde houve grande aglomeração de pessoas e risco de propagação e contaminação da Covid-19.

“Como se tal situação, por si só, não fosse absurda e suficiente para uma resposta do Estado, foi verificado junto à Seeduc que o evento ocorreu sem qualquer autorização, configurando verdadeiro esbulho/invasão de um prédio público para a realização de um evento privado, contrário ao interesse público e que serviu para propagar ainda mais a doença viral”, frisa o delegado Gustavo de Mello de Castro, da Delegacia de Combate às Drogas.

Aval de facção

Segundo a polícia, a invasão de um estabelecimento de ensino, localizado na comunidade Parque União, uma das áreas mais conflagradas do estado, onde uma das maiores organizações criminosas do Rio de Janeiro atua, somente poderia ocorrer com a autorização do chefe da localidade, que controla a região há anos e foi indiciado em diversos procedimentos policiais, sendo, inclusive, um dos bandidos mais procurados do Estado.

“Verifica-se que o cenário desenhado é um dos mais absurdos possíveis, na medida em que o ‘evento contagioso’ não foi autorizado pelo Estado, mas pelo chefe criminoso local, que também teve a sua prisão preventiva decretada” declara o delegado.

Além das prisões, a Justiça também decretou a suspensão das atividades da sociedade empresária e bloqueio das contas bancárias dos investigados até que se apure os prejuízos causados pela conduta criminosa.

O nome da operação faz referência à letra de um dos mais recentes sucessos do cantor Belo. (Com informações da Ascom PCERJ)

Fonte: DP

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