Comércio lidera com crescimento de 5,1% na Bahia

Número de empresas do setor comercial aumentou em 3,7% com 3.954 registros. Setor de serviço apresenta queda

Mais empresas de comércio, menos de serviços. Crédito: Arquivo Correio

De 2020 para 2021, a Bahia registrou um aumento de 5,1% no número de empresas formalizadas, saltando de 225.536 mil para 268.884 mil negócios ativos. Um crescimento apontado pelo Cadastro Central de Empresas (CEMPRE), do IBGE, e puxado pelo setor de comércio, que junto com a área de reparação de veículos automotores e motocicletas, somou mais 3.954 empresas ao longo de 2021.

O aumento no número de unidades locais de empresas ativas na Bahia, com 13.148 registros, foi motivado pelo avanço em 20 das 21 seções da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE). Por outro lado, a área de serviço, que compõe a base da economia baiana com o setor comercial, teve uma redução, com menos 126 empresas cadastradas e em atividade.

A área comercial envolve, principalmente, varejistas, atacados, farmácias e supermercados. Já as atividades de serviço englobam as organizações associativas, reparação e manutenção de equipamentos de informática e de objetos pessoais, além de outras atividades de serviços pessoais, como beleza.

Razões

Guilherme Dietze, economista da Fecomércio-BA, explica  que existem razões para que o setor comercial ter ido melhor em comparação com o de serviços. “Com a taxa de 2% ao ano, o setor comercial teve um consumo gigantesco em eletrodomésticos, eletrônicos, material de construção, mercado imobiliário e supermercados. Varejistas e atacadistas, inclusive, tiveram um excelente desempenho”, pontua ele.

A microempresária Jozida Correia, que abriu um bar na orla de Itapuã, em 2021, é outro exemplo que engordou o setor comercial na Bahia. “Abri o bar depois de vender um apartamento. Queria investir o dinheiro e estava procurando a oportunidade quando apareceu um ponto, que foi perfeito para a gente”, relata a comerciante.

A rede de supermercados Assaí Atacadista inaugurou três unidades entre 2020 e 2021, em Salvador, Feira de Santana e Barreiras. Foram gerados mais de 1.500 empregos diretos e indiretos. No total, as 23 lojas [presentes no estado] geram cerca de 10 mil postos de trabalho, entre empregos diretos e indiretos. Atualmente a Bahia é o terceiro estado com a maior quantidade de unidades do país.

Titular da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte do Estado da Bahia (Setre), Davidson Magalhães aponta ainda que os números mapeados pelo CEMPRE eram esperados, devido à organização estrutural do setor econômico do estado e ao cenário da saúde.

“É como se fosse uma mola. Quando se tem um período de contração da atividade econômica, como foi na pandemia, na hora que solta há um salto de empresas e de emprego também. Especialmente na Bahia, onde quase 70% do trabalho formal é da área de serviços e comércio”, avalia o secretário.

Contramão

Na contramão, o professor do curso de Economia da Universidade Salvador (UNIFACS), Alex Gama aponta a queda na demanda por alguns serviços no ano da pesquisa, como um dos fatores que reduziu os negócios no setor de serviços.

“Quando comparamos 2021 e 2020, em 2020, em plena pandemia, muitos fizeram a manutenção de equipamento de informática, devido ao home office e ao ensino à distância. Já em 2021, não havia a mesma necessidade, uma vez que os serviços foram feitos no ano anterior. Essa base de comparação faz com que ocorra uma queda em relação ao ano anterior”, afirma Gama.

Apesar do crescimento não ter atingido os dois setores no mesmo período, Dietze afirma haver uma luz no fim do túnel. “Todo esse bom desempenho do comércio foi muito diferente do que se viu no setor de serviços. Mas agora, o segmento começa a sair da crise”, ressalta Dietze.

A reportagem também procurou a Junta Comercial do Estado da Bahia (Juceb-Ba) e o Conselho Regional de Economia (Corecon-Ba) para comentarem os dados apontados pelo CEMPRE, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.

Crescimento geral

O crescimento de empresas na Bahia acompanha a tendência de todas as 27 unidades da Federação do Brasil. Isso porque, todos os estados do país viram seu setor empresarial crescer no período de análise do CEMPRE.

Entre eles, porém, a Bahia teve apenas o 18º maior crescimento percentual. Já no saldo de novas unidades cadastradas, as 13 mil empresas formalizadas lhe renderam o 8° lugar no ranking nacional.

O avanço do setor empresarial aconteceu em negócios de todos os portes. As micro e pequenas empresas apresentaram um crescimento de 5,1% e 5,6%, respectivamente. Com um aumento de 5,8% e 2,1%, as médias e grandes empresas também se ampliaram.

Guilherme Dietze explica que é natural haver um crescimento no número de empresas formalizadas, dado o contexto de que 2021 foi o ano em que o impacto da pandemia da covid-19 começou a ser menor na economia.

Ele destaca ainda que a curva de aumento de registros é algo que deve continuar nas próximas pesquisas. “O aumento não é nenhum tipo de surpresa, é uma tendência. O dado de 2022, certamente, virá mais positivo porque nós tivemos um ano melhor”, lembra Dietze.

“Esses números dão uma análise superficial, mas que mostra uma recuperação da economia”, complementa o economista, destacando que a Pesquisa Nacional do Comércio (PAC), que sai em julho, dará uma análise mais concreta do setor.

Fonte: Correios

 

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