Busca por casa de veraneio cresce 150% nesta temporada

Baianos e turistas aquecem o mercado imobiliário com expectativa de virar o ano ou passar alguns dias na praia

Elevação da demanda tem impulsionado os valores dos imóveis para veraneio – Foto: Rafael Martins

É só o verão e as festas de final de ano se aproximarem que a busca por casas de veraneio vira uma espécie de corrida. Vislumbrando virar o ano ou passar alguns dias de janeiro descansando perto da praia, baianos e turistas aquecem um mercado que já é tradicional nesta época do ano. Mas, desta vez, quem ainda tem planos de passar o verão perto do mar vai precisar de pressa, porque as buscas já se intensificaram desde setembro e a demanda cresceu cerca de 150% quando comparado ao ano passado.

A auxiliar administrativa Emilly Ferreira, por exemplo, já encontrou a casa onde passará o verão com cerca de 15 familiares. As buscas começaram com sete meses de antecedência, em abril. E ainda assim, não foi fácil encontrar o imóvel ideal para a quantidade de pessoas e o orçamento do grupo.

A antecedência de Emilly foi para garantir um imóvel espaçoso e evitar contratempos. “Ano passado, alugamos uma casa com três quartos para 15 pessoas e ainda tivemos problema com alguns eletrodomésticos. Esse ano fechamos com uma casa de 8 quartos. O medo de alugar um mês antes e enfrentar de novo alguns desses problemas nos fez começar a procurar com bastante antecedência”, conta.

Emilly vai passar 10 dias em uma casa na praia de Jauá, em Camaçari. O grupo que vai dividir o verão com ela não tinha preferência de local, a única exigência era que fosse perto do mar e na região da Linha Verde. Corretora especialista em locação de temporada na região do Litoral Norte da Bahia, Silvia Porto tem percebido uma mudança no comportamento de quem busca uma casa para veranear: se antes os aluguéis eram para estadias mais longa, a bola da vez agora são temporadas mais curta, de até 10 dias, como fará o grupo de Emilly.

Nesta temporada, Silvia recebeu para alugar 68 imóveis, entre casas, apartamentos e village. Agora, para o Reveillon, por exemplo, ela só tem disponível uma casa. Já para o mês de janeiro, as datas disponíveis são poucas e apenas para estadias curtas.

Mais procuradas

A preferência, segundo Silvia, geralmente é por casas fora de condomínio e perto do mar. Já as praias mais procuradas até então são Barra do Jacuípe (Camaçari), Itacimirim (Mata de São João) e Vilas do Atlântico (Lauro de Freitas).

“Vilas tem atraído muita gente por ser perto de Salvador, ter uma praia bonita e uma variedade de atividades para quem tem filho jovem. Já as outras duas é para quem quer mais descansar, ficar mais zen. A cereja do bolo continua sendo Praia do Forte, mas por conta do valor, atrai um público mais selecionado”, explica.

Segundo Silvia, os valores dependem da localização. Em vilas, por exemplo, as diárias podem custar até R$ 3,5 mil na orla ou até R$ 2,8 mil nas ruas transversais. Já em Praia do Forte e Costa do Sauípe, ambas no município de Mata de São João, as diárias podem variar de R$ 3 mil a R$ 25 mil.

A alta demanda e os valores estão causando animação nos proprietários. Silvia, por exemplo, recebeu este ano oito imóveis novos, de donos que costumavam ser contra a época de alta temporada em Vilas do Atlântico. “Muitos deles achavam que o período tirava o sossego do local, mas acabaram me procurando querendo alugar seus imóveis, porque imagine uma casa que fica fechada o ano inteiro e você aluga por uma diária média de R$ 2,5 mil. Vale muito a pena”, avalia a corretora.

A também corretora Viviane Fernandes estima um aumento de 30% no valor das diárias dos imóveis quando comparado à temporada do ano passado. Para ela, a escalada da demanda foi ainda maior: um crescimento de 150% no número de pessoas interessadas em alugar um uma casa, village ou apartamento para curtir as festas de final de ano ou o verão.

Viviane viu as buscas por esse tipo de locação se intensificarem já em setembro. Agora, ela tem apenas oito imóveis disponíveis, com opções de no máximo três quartos. Entre eles, villages na região da Estrada do Coco e casas e apartamentos em bairros de Salvador, como Barra e Praia do Flamengo. Na capital, a média de preço varia, segundo a corretora, entre R$ 250 e R$ 1.000 por diária. O valor é quase o dobro da média praticada em outros meses.

“A demanda neste segmento imobiliário tem sido intensa, diariamente clientes buscam para as mais variadas datas. Costumamos ter buscas o ano inteiro por esses imóveis, mas no verão realmente a procura é bem maior. O que tenho percebido é que a oferta dos imóveis teve relativamente uma redução e muitos proprietários elevaram seus preços”, conta Viviane.

Apesar da empolgação de Viviane, há também quem esperava mais desta temporada de festas de final de ano e verão. Corretora e diretora de eventos do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da Bahia (Creci-BA), Consuelo Leal reconhece que houve um aumento nas buscas quando comparado aos dois anos anteriores, mas revela que sua expectativa não foi atingida.

“As buscas aumentaram, mas pensei que seria maior. Não tenho visto, por exemplo, muitas pessoas de fora, como era de costume, turistas de Minas Gerais, Goiás. Tenho recebido mais pessoas do estado mesmo. O que tenho recebido agora é muita procura para o período do Carnaval”, relata Consuelo.

A expectativa da corretora era alta. Ela considerava a temporada deste ano como o retorno do mercado de locação temporária de casas de veraneio. A corretora lembra que, nos meses de janeiro e dezembro dos últimos dois anos, a maioria dos imóveis estavam ocupados: por conta da pandemia, muitos proprietários viram em suas casas uma solução para se isolar naquele momento e outras pessoas, que passaram a trabalhar em home office, alugaram imóveis perto da praia para passar longas temporadas.

“Além disso, naquela época tinha a questão da Covid-19 mais forte. O resultado foi que esse mercado praticamente não existiu nos dois últimos anos. Hoje, com uma flexibilização maior, a expectativa era de que ele voltasse com tudo”, afirma Consuelo.

Fonte: AT

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