Flordelis é condenada a mais de 50 anos de prisão pela morte de Anderson do Carmo

Filha biológica da ex-deputada também foi condenada pelo homícidio do pastor, em junho de 2019

Flordelis é condenada a 50 anos de prisão pelo homicídio do marido, o pastor Anderson do Carmo
Brunno Dantas/TJRJ

A ex-deputada federal Flordelis e sua filha biológica, Simone dos Santos Rodrigues, foram condenadas pelo homícidio do pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019.

A ex-parlamentar foi condenada a 50 anos e 28 dias por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado, além uso de documento falso e associação criminosa armada. Enquanto Simone foi condenada a 31 anos e 4 meses de prisão por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado e associação criminosa armada.

Rayane dos Santos, neta biológica da ex-deputada, e Marzy Teixeira e André Luiz de Oliveira, filhos adotivos de Flordelis, foram inocentados.

A decisão foi tomada pela 3ª Vara Criminal de Niterói após mais de seis dias de julgamento em júri popular. De acordo com a denúncia do Ministério Público, Flordelis foi a responsável por planejar o homicídio do marido, além de ter convencido o executor direto e demais acusados a participarem do crime sob a simulação de ter ocorrido um latrocínio, tendo ainda financiado a compra da arma e avisado sobre a chegada da vítima no local em que foi executado.

Ainda segundo as investigações apontadas na denúncia, o crime teria sido motivado porque a vítima mantinha rigoroso controle das finanças familiares e administrava os conflitos de forma rígida, não permitindo tratamento privilegiado às pessoas mais próximas da ex-deputada em detrimento de outros membros da família.

Na sentença, a juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce menciona ainda que Flordelis é ré-primária, no entanto, sua culpabilidade se mostra acentuada “com alto grau de reprovabilidade e censurabilidade, posto que, tendo ciência inequívoca da ilicitude de sua conduta, não se intimidou com a prática do crime, com a audácia extremamente reprovável, planejando a execução brutal e fria da vítima, com diversos disparos, conforme de depreende do esquema de lesões e laudos acostados aos autos”.

Seis pessoas já foram condenadas pelo crime

O Tribunal do Júri de Niterói já julgou e condenou seis réus envolvidos no caso da morte de Anderson do Carmo.

Flávio dos Santos Rodrigues, filho biológico de Flordelis, foi condenado a 29 anos de reclusão em regime fechado. Ele foi denunciado como autor dos disparos que provocaram a morte do pastor. Além dele, Lucas Cezar dos Santos de Souza, filho adotivo da ex-parlamentar, foi condenado a nove anos de prisão, acusado de ter sido responsável por adquirir a arma usada no assassinato.

No julgamento realizado em abril deste ano, quatro réus foram condenados. Adriano dos Santos Rodrigues, filho biológico de Flordelis, teve a sentença de quatro anos em regime semiaberto por uso de documento falso e associação criminosa armada. Marcos Siqueira Costa, ex-policial militar, e sua esposa Andrea Santos Maia, foram condenados a cinco anos em regime fechado e quatro anos em regime semiaberto, respectivamente.

Já o filho adotivo Carlos Ubiraci Francisco da Silva foi condenado pelo crime de associação criminosa armada a dois anos, em regime inicialmente semiaberto. Em abril, a Vara de Execuções Penais do TJRJ concedeu liberdade condicional a Ubiraci.

Juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce lê a sentença no final do julgamento / TJRJ

Relembre o caso

O pastor Anderson do Carmo era casado com Flordelis há 25 anos. Ele foi executado a tiros no dia 16 de junho de 2019, na garagem da casa onde morava com a família em Pendotiba, na cidade de Niterói, Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Segundo os laudos dos peritos, foram identificadas 30 perfurações de de arma de fogo no corpo.

Ministério Público (MP) denunciou a ex-parlamentar e mais dez pessoas pelo assassinato, em 2019. Na época, a pastora não teve sua prisão pedida por conta da imunidade parlamentar, que perdeu em agosto de 2021, quando foi cassada pelo plenário da Câmara dos Deputados.

De acordo com o MP, sete dos 55 filhos biológicos e adotivos de Flordelis estão envolvidos no crime, além de uma neta e outras duas pessoas. O órgão também afirma que a ex-deputada tentou manipular as testemunhas do processo que investiga o caso por diversas vezes.

(Com informações de Lucas Rocha, da CNN)

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