Infrações por cinto de segurança crescem 6,4% entre 2021 e 2022

Entre janeiro e agosto, foram 59.247 infrações registradas em 2021 e 63.039 multas este ano pela mesma causa

Utilização do equipamento é relativamente nova no Brasil, já que foi só nos anos 90 que o uso do cinto de segurança se tornou obrigatório – Foto: Olga Leiria | Ag. A TARDE

O uso do cinto de segurança tornou-se obrigatório em 1997, quando o novo Código de Trânsito Brasileiro (CTB) entrou em vigor, e se tornou um hábito para motoristas. Porém, quando se diz respeito aos caronas do banco traseiro, não é a mesma realidade. Entre janeiro e agosto de 2021 na Bahia, um total de 59.247 infrações registradas, a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) chama atenção para um aumento durante o mesmo período de 2022, com 63.039 multas. O crescimento foi de 6,4%.

Além disso, com cerca de 92.767 infrações durante todo o ano anterior, a Bahia já autuou 68% do total de multas de 2021, entre janeiro e agosto deste ano. Segundo dados da Abramet, desde 2019, 275.998 multas pela falta de uso do cinto no banco de trás foram registradas até o mês de agosto na Bahia.

Antônio Meira, presidente da Abramet, diz que ainda não é possível afirmar que o número de infrações será maior do que as registradas no ano passado. Ainda assim, dado o aumento de casos, o especialista aponta que existe uma tendência de crescimento de multas na Bahia.

Sensação de segurança

“O que a gente tem visto em relação ao cinto de segurança no Brasil é que as pessoas aceitam muito bem o uso do aparelho nos bancos da frente, só que não há uma utilização do cinto de segurança no banco de trás do veículo”. De acordo com o presidente da organização, o mesmo ocorre na Bahia. “Existe uma falsa sensação de que o banco traseiro é mais seguro e de que o uso do cinto não é necessário, mas sabemos que é de fundamental importância para a proteção de todos no carro a utilização do cinto no banco traseiro”, diz Meira.

“Apenas 7% dos brasileiros usam o cinto no banco de trás, enquanto no banco da frente essa utilização chega a 97%. Porém, acredito que percentual de pessoas que não usam o cinto no banco de trás deve ser ainda maior, já que é mais difícil fiscalizar a parte de dentro do veículo”, diz o coronel Genésio Luide Souza, especialista em trânsito.

Falta de hábito

“A utilização do aparelho é muito nova no Brasil, já que foi só nos anos 90 que o uso dele se tornou obrigatório no país. Com o aprimoramento das fiscalizações de trânsito, a gente conseguiu incorporar a consciência no condutor da importância do cinto para os ocupantes da parte da frente do veículo. Porém, ainda percebemos uma resistência com o uso do aparelho nos bancos traseiros. “Outras pessoas desconhecem o CTB e pensam que o uso do cinto só é obrigatório nos bancos da frente”, completa”, relata o coronel.

Indo de encontro com os dados da Abramet, de cerca de 33 entrevistados pela equipe do Jornal A TARDE, somente 24%, o equivalente a 8 pessoas, admitem não usarem o cinto no banco traseiro. A justificativa para a falta do uso do equipamento foi o sentimento de segurança gerado pelo banco da frente dos veículos. Além disso, os entrevistados apontam fatores como não verem outras pessoas utilizarem, esquecimento da obrigatoriedade e nunca terem passado por acidentes de trânsito.

Fonte: Metro1

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