Brasil domina com ataque jovem, mas empata com a Argentina fora de casa

Vinícius Júnior lamenta chance perdida pelo Brasil contra a Argentina nas Eliminatórias
Imagem: Juan Mabromata/AFP

Brasil e Argentina empataram hoje (16) em 0 a 0, pela 14ª rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo do Qatar. Escalada pelo técnico Tite com um ataque com média de idade inferior a 23 anos e desfalcada por Neymar, a seleção brasileira teve as melhores chances mesmo atuando no Estádio Bicentenário, em San Juan, cidade no interior do país vizinho, mas não conseguiu desempatar o clássico diante de 25 mil torcedores.

O empate ainda não classifica a seleção da casa para a Copa do Mundo de 2022. Apesar disso, a vaga está muito próxima, porque o time segue isolado em segundo lugar com 29 pontos. Já o Brasil lidera com 35 e já tinha vaga garantida desde a rodada passada, com 11 vitórias e dois empates — ambos como visitante.

O jogo de hoje encerrou o ano das duas seleções em campo. Os próximos desafios estão previstos para o dia 27 de janeiro de 2022. Como visitantes, Argentina e Brasil enfrentam respectivamente Chile e Equador.

Melhor: Fred é ponto de equilíbrio

Messi encara marcação de Fred em Argentina x Brasil; volante foi um dos destaques da seleção Imagem: FotoBaires/AGIF

De escalação contestada por muitos torcedores e analistas, o volante mostrou hoje parte das razões que fazem Tite ter tanta confiança em seu futebol. Fred teve responsabilidades tanto ofensivas quanto defensivas e respondeu com marcação firme, desarmes, boa ocupação de espaços e contribuição nas saídas em velocidade, longas ou curtas. Ele até acertou uma bola no travessão de Martínez no segundo tempo.

Pior: Alex Sandro ajuda pouco

Alex Sandro tenta lance pela seleção contra a Argentina, no Estádio Bicentenário de San Juan Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

O lateral-esquerdo da seleção brasileira foi o recordista do time em perdas de posse de bola contra a Argentina, o que significa que deixou a defesa vulnerável em alguns lances, principalmente no segundo tempo com a pressão de Di María procurando o drible. Num jogo seguro defensivamente do Brasil, o lado mais frágil era o de Alex Sandro.

E o vermelho do Otamendi?

Raphinha é levantado por Otamendi após lance de cotovelada em Argentina x Brasil pelas Eliminatórias Imagem: ANDRES LARROVERE/AFP

Um lance aos 33 minutos do primeiro tempo causou revolta entre os jogadores da seleção brasileira e parte de sua torcida, que se manifestou pelas redes sociais. Raphinha recebeu a bola pela direita quase na linha de fundo e driblou Acuña, mas perdeu a posse na sequência para Otamendi.

Na tentativa de recuperação, o brasileiro recebeu uma violenta cotovelada na boca dada pelo argentino — sangrou na hora. O lance foi revisto pela arbitragem de vídeo, mas nada foi marcado.

Carretilha de Vinicius Júnior

Vinicius Júnior deu trabalho para o lateral-direito Molina ao longo do clássico Imagem: Lucas Figueiredo/CBF-

Escalado como titular no lugar do lesionado Neymar e com poucas responsabilidades defensivas, como sempre pediu e faz no Real Madrid com brilhantismo nesta temporada, o atacante teve uma atuação de altos e baixos.

Ele perdeu dois gols no primeiro tempo que mudariam o panorama da partida. No segundo, protagonizou um daqueles lances históricos: numa bola que sobrou pelo lado esquerdo, deu uma carretilha (ou lambreta, depende de onde você lê) em Molina e ajeitou para Paquetá, que reclamou de pênalti. Não foi gol, mas foi lindo. Vinícius também não se esquivou da marcação argentina, buscando o drible e oferecendo um escape para a seleção à esquerda, quando a defesa argentina estava bem armada.

Domínio fora de casa

Marquinhos e Lautaro Martínez disputam lance em Argentina x Brasil pelas Eliminatórias Imagem: FotoBaires/AGIF

Os argentinos começaram animados pela força da torcida e fazendo pressão no Brasil, que conseguiu se segurar bem. No primeiro tempo todo só uma chance real de gol foi criada, numa batida de De Paul da entrada da área que Alisson espalmou. De resto, o domínio foi brasileiro baseado em marcação firme no meio-campo — principalmente de Fabinho sobre Messi —, circulação de bola e contra-ataques em velocidade, para definir rápido as jogadas. É o time vertical de que Tite tanto fala.

Vinicius Júnior perdeu duas boas chances. Na primeira recebeu passe de Fred, mas adiantou demais e perdeu o controle. Depois, num passe de Paquetá, tentou um toquinho por cima de Emiliano Martínez que foi para fora, quando tinha opções melhores. Matheus Cunha também teve uma chance com bola recuperada no meio-campo e, ao ver o goleiro adiantado, tentou o chute, que passou perto do travessão.

Messi e Argentina sumidos

Lionel Scaloni fez duas mudanças no intervalo para tentar retomar o domínio e precisou fazer outra no comecinho do segundo tempo pela lesão de Romero, mas o jogo da Argentina não evoluiu e o Brasil continuou melhor, com chances de Fred e Vinicius Júnior. Bem marcado, Messi tentou dar a vitória para a seleção da casa ao limpar a defesa brasileira num lance aos 44 minutos do segundo tempo, mas Alisson garantiu o empate com uma defesa em dois tempos

FICHA TÉCNICA

ARGENTINA 0 x 0 BRASIL

Competição: Eliminatórias da Copa do Mundo do Qatar, 14ª rodada

Local: estádio Bicentenário, em San Juan (Argentina)

Data/hora: 16 de novembro de 2021 (terça-feira), às 20h30 (de Brasília)

Árbitro: Andres Cunha (Uruguai)

Assistentes: Richard Trinidad e Nicolas Taran (ambos do Uruguai)

VAR: Esteban Ostojich (Uruguai) Cartões amarelos: Paredes, Romero, Pezzella, Acuña (Argentina), Lucas Paquetá, Fabinho (Brasil).

Cartões amarelos: Paredes, Romero, Pezzella, Acuña (Argentina), Lucas Paquetá, Fabinho (Brasil).

ARGENTINA: Emiliano Martínez; Molina, Romero (Pezzella, aos 7/2ºT), Otamendi e Acuña; Paredes (Lisandro Martínez, no intervalo), De Paul e Lo Celso (Domínguez, aos 40/2ºT); Di María (Julian Álvarez, aos 29/2ºT), Lautaro Martínez (Correa, no intervalo) e Messi. Técnico: Lionel Scaloni.

BRASIL: Alisson; Danilo, Marquinhos, Éder Militão e Alex Sandro; Fabinho e Fred; Raphinha (Antony, aos 23/2ºT), Matheus Cunha (Gabriel Jesus, aos 40/2ºT), Lucas Paquetá (Gérson, aos 33/2ºT) e Vinicius Júnior. Técnico: Tite.

Fonte: OUL

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