OAB-BA acusa policiais militares de agressão contra advogado negro em Madre de Deus; “mais uma demonstração do racismo”

Foto: ilustrativa

A Ordem dos Advogados do Brasil Seção Bahia (OAB-BA) publicou, em seu site oficial, uma nota de repúdio assinada pelo presidente da seccional, Fabrício Castro, repuiando com veemência, uma atitude chamada de covarde agressão que teria sido praticada por policiais militares contra o advogado Leandro Oliveira, no sábado (31/7), no município de Madre de Deus, Região Metropolitana de Salvador.

De acordo com a Ordem, Leandro Oliveira, que é negro e integrante do Coletivo de Entidades Negras, atuava voluntariamente no vilarejo de Paramaná, na Ilha dos Frades, advogando para pessoas carentes da região, estando, portanto, em pleno exercício da profissão, quando a balsa que usava para se locomover foi alvo de uma blitz da Polícia Militar, que buscava passageiros que se recusam a pagar a tarifa do transporte marítimo.

Ainda de acordo com a OAB-BA, o advogado foi então violentamente abordado pelos policiais, em “mais uma demonstração do racismo que permeia a sociedade brasileira e instituições como as polícias militares”. Ao se identificar com a sua carteira profissional da OAB, Leandro Oliveira teria sido agredido, conforme a nota, com um tapa no rosto, que provocou ferimentos na sua boca. O advogado teve, ainda segundo a publicação, sua carteira da Ordem confiscada pelos policiais, que tentaram quebrá-la. Em seguida, Leandro foi detido e conduzido à delegacia da cidade de Candeias.

Ao ser informada do fato, a Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB da Bahia deu suporte ao advogado, entrou em contato com o comandante do batalhão da PM responsável pela área e enviou dois de seus membros para a delegacia da cidade de Candeias, onde o advogado foi apresentado. A OAB-BA divulgou que está tomando todas as providências para que a situação seja resolvida e acionou ainda a Subseção de Simões Filho, cuja área de abrangência engloba a cidade de Candeias.

“Lamentavelmente, a truculência e o despreparo demonstrados pelos policiais chocam, mas não são novidade. Na última semana a OAB-BA solicitou uma reunião com a delegada geral da Polícia Civil da Bahia, Heloísa Brito, para tratar deste tipo de situação que vem se repetindo tanto com a Polícia Civil, quanto com a Polícia Militar”, publicou a OAB-BA.

A reportagem do Aratu On entrou em contato com o Departamento de Comunicação Social da Polícia Militar, buscando um posicionamento da instituição sobre a denúncia e foi informada que a pessoa conduzida à delegacia, havia se negado a ser abordada e passou a resistir e a desacatar os policiais.

Confira nota enviada pelo DCS da PM:

De acordo com informações da 10ª CIPM, policiais militares foram acionados por funcionários da empresa responsável pelo guichê de embarque e desembarque na localidade de Porto do Mirim, município de Madre de Deus, na tarde deste sábado (31) em razão de que dois homens teriam se negado a pagar a taxa de embarque, além de ameaçar uma funcionária.

De posse de informações quanto às características dos suspeitos, os policiais iniciaram a abordagem a algumas pessoas no local, sendo que uma delas se negou a ser abordada e passou a resistir e a desacatar os servidores estaduais. O homem foi abordado e conduzido à delegacia para o registro da ocorrência.

Fonte: Aratu On

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